terça-feira, 30 de outubro de 2018


Catedral da Sé, vitrais laterais do lado da Epístola

A luminosidade do vitral
Profª Dra Maria Elisa Linardi
Como a luz conjuga, na Sé, a metafisica divina e a iluminação mundana trazida pelo Ecletismo, os matizes vivos necessitam superar a translucidez do vidro. Assim, os tons selecionados são primários e intensos: azul-ftalo, azul-ultramar, verde-esmeralda, roxo, vermelho-cádmio, rosa-permanente, amarelo-Nápoles, na maioria das janelas. Para melhor personificar a ‘’Claritas’’, conjugam-se, em contraste, aos lilás, areia, azul-cinzento, branco-perolado e tons de âmbar. É deste contraste o antagonismo dos valores tonais que o sombreamento e a claridade recuperam a mediação de opostos do Medievo, verificada nas palavras de Umberto Eco. 
"A Idade Média joga com cores elementares, com zonas cromáticas definidas e hostis à esfumatura, com a combinação de tintas que geram luz pelo acordo, do conjunto e que não tem como característica uma luz muito intensa que envolva em claro-escuro ou que leve a cor para além dos limites das figuras".




Igreja de Santa Cecília e São José
Profª Drª Karin Philippov
Observando-se internamente a Igreja de Santa Cecília e São José propõe-se que haja uma unidade em seu programa iconográfico, pois Benedito Calixto, Oscar Pereira da Silva, Carlo De Servi, Conrado Sorgenicht e Gino Catani parecem ter trabalhado em uníssono dentro do projeto de Giulio Micheli, através de um conjunto harmonioso, no qual as obras estabelecem diálogos entre si, fundamentados na disposição das obras, em sua paleta cromática discreta e em sua temática articulada de maneira a estabelecer um percurso visual. Benedito Calixto é o artista com maior número de pinturas dentro da igreja. Ele é responsável pelos programas iconográficos da nave, dos braços do transepto, de parte da cúpula e do presbitério absidial, totalizando sessenta pinturas. Oscar Pereira da Silva, por sua vez, executa duas pinturas murais nas abóbadas dos braços do transepto, além dos quatro Evangelistas da cúpula. Carlo De Servi pinta apenas o Cristo Santíssimo do teto da Capela do Santíssimo, enquanto Conrado Sorgenicht faz todos os vitrais da Igreja e Gino Catani decora as paredes com motivos teológicos, unificando ainda mais o programa iconográfico.