Ipiranga, Penha e N.S. do Ó: arte nos bairros paulistanos
Painel de Volpi, pt.wikipedia.org/wiki/Capela_do_Cristo_Operário
Capela Cristo
Operário
Profa. Dra. Danielle Manoel dos Santos Pereira
Além das pinturas para o altar-mor, Volpi também elaborou
vitrais geométricos com a representação dos Santos Evangelistas - João, Lucas,
Marcos e Mateus - para as paredes do edifício, os quais além de permitirem a
entrada da luz e do colorido demarcam o espaço entre a capela-mor e a nave.
Assim, Volpi criou um programa iconográfico bastante rico, cujas cores vivas
dos vitrais dialogam e contrastam com a paleta de cores mais suave dos murais.
Moussia Alves Pinto esculpiu as grandes imagens de São João Batista e Nossa
Senhora. Suspensas por um pequeno pedestal elas estão posicionadas na
demarcação entre a nave e a capela. Bruno Giorgi esculpiu imagens com a mesma
temática, porém com um projeto bem distinto e tamanhos diferentes. Na decoração do batistério o trabalho
coletivo de Yolanda Mohalyi e Elisabeth Nobiling demonstram o espírito do fazer
coletivo. Mohalyi executou as pinturas murais do batistério, a anunciação de
Nossa Senhora, Pomba da Paz e Árvore da Vida, Nobiling criou as peças e objetos
para compor o ambiente, como a pia batismal, os castiçais e as arandelas, as
quais iluminam com suavidade o ambiente, criando um contraste de cores, a cor
do barro, da terra sobre o branco das paredes.
Capela Nossa
Senhora do Rosário e Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha de França
Profa.Ms. Joceli Domingas de Oliveira
O santuário da Matriz de Nossa Senhora da Penha de França,
apresenta pinturas do pintor alemão Thomaz Scheuchl entre 1938-1942, representando cenas da vida
de Jesus e de Nossa Senhora. As paredes internas são pintadas em tons róseos,
azuis, verdes e dourados, meticulosamente trabalhadas com técnica estêncil com
cruzes e motivos florais, especialmente da Flor de Lis. Os capitéis das colunas
internas ainda reluzem o folheado a ouro na decoração. O altar central e
lateral possuem degraus e passadeiras em mármore. Os vitrais são do século XX.
O estilo arquitetônico da Capela do Largo do Rosário é
eclético em taipa de pilão, sendo genuína em sua construção por ser a única do
gênero na cidade de São Paulo, por mãos de negros apenas, sendo inaugurado em
1906, com ajuda de cinco anos de esmolas, considerada como conquista da
Irmandade, tendo em vista a demolição de igrejas de Irmandades de Guarulhos e
do Paissandu. Suas cores azul e branco representam as cores da devoção mariana.
Igreja Matriz de
Nossa Senhora do Ó
Pesquisador/Ms. Rafael Schunk
A antiga ermida foi substituída por uma igreja de
arquitetura colonial dedicada à Virgem do Ó inaugurada pelo padre João Franco
Rocha no antigo Largo da Matriz Velha em 1796. Cem anos depois, em 22 de
novembro de 1896, um incêndio acidental ocasionado pelo sacristão, que tentava
queimar um vespeiro instalado na torre da igreja destruiu o templo de taipa de
pilão e estruturas de madeira. Os moradores se mobilizaram promovendo a
construção de uma nova igreja implantada no atual Largo da Matriz da Freguesia do
Ó. A nova Igreja Matriz foi erguida entre 1898 a 1901 com areia retirada do
Tietê, tijolos e argamassas decorativas ao estilo eclético, semelhantes a
outras construções católicas paulistanas do período. A obra pictórica foi
realizada pelo artista plástico e professor Salvador Ligabue (1905 – 1982),
autor da nave central com temática dedicada a Imaculada Conceição (1929).
Destaca-se a pintura da cúpula central do altar-mor em reverência ao Divino
Espírito Santo, os nichos dourados à folha de ouro, stencils decorativos e a
Capela do Santíssimo Sacramento (1940), no qual Ligabue realizou expressivo
trabalho de arte inspirado no estilo da Escola Alemã de Beuron, influente
estética predominante na decoração do Mosteiro de São Bento paulistano.